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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

sonhos de uma tarde de verão

Depois de uma noite de sono bem dormida, à tardinha no sofá de casa adormeci ao som de “aquarela do Brasil de Ary Barroso”. E de repente estava eu numa tribo de aborígenes participando de um ritual, onde o lema era o seguinte: Qualquer que seja a comida que o homem experimenta neste mundo, ele há de experimentá-la novamente no outro.
Os integrantes da tribo me levaram para conhecer outras tribos e seus respectivos rituais com as seguintes recomendações; que eu prestasse muita atenção em tudo o que havia prá ver e, ao retornar, contar aos meus leitores o que vi.
Na primeira tribo visitada, vi homens decepando um a um os membros de outros homens e repartindo os pedaços entre si. Ao fazê-lo, diziam: “Este é teu e este é meu”. Vendo essa cena fiquei horrorizado, com o que as pessoas estavam fazendo com as outras, pensei. Estas pessoas haviam feito exatamente o mesmo com elas no outro mundo, e que agora nada mais faziam do que tratá-las da mesma maneira...
Em seguida, foi para outra tribo e a cena se repetiu, vi homens cortando um a um os membros de outros homens e repartindo-os entre si. Diziam alto e em bom som: “Este é seu, este é meu”. Tive a mesma idéia de que: aqueles que estavam sendo despedaçados havia, no outro mundo, feito o mesmo com os que agora os despedaçavam.
Bem próximo dali havia um grupo de aborígenes devorando silenciosamente outros aborígenes, os quais permaneciam também em silêncio, Pensei. No outro mundo, eles haviam feito o mesmo com eles. Lá do outro lado da mata, vi homens aos gritos, devorando outros homens, e estes a gritar, de maneira desesperada e ensurdecedora.
Eu tinha visto coisas demasiadamente assustadoras um verdadeiro massacre um terror e tudo me parecia nada. Foi ai que percebi: “Os homens decepando os membros dos outros, eram as árvores. Os homens cortando os membros dos outros homens eram os gados. Os homens devorando silenciosamente homens igualmente eram as ervas. E os homens que aos gritos, comiam outros aos gritos eram as águas.
Fui de um mundo para o outro, e ao invés de quatro cenas, vi apenas três. Primeiramente vi árvores que, no além, assumiram a forma humana agora cortam homens em pedaços e os comem. E em segundo vi, um homem devorando outro que gritava. A partir disso aprendi que “o gado abatido e comido assumiu a forma humana e fez o que o homem fez com ele”. Em terceiro vi um homem devorando outros que nada dizem. O arroz o feijão o café assumiram a forma humana e retribuem assim o que sofreram.
Não sou vegetariano sou carnívoro desde pequenininho, agora começo a entender por que tive esse pesadelo.
Espero que pelas comemorações em família acontecidas na churrascaria da paz, na AABB todas regadas a muita carne e embaixo de árvores, faça-me escapar ao destino de ser, no além, devorado pelas árvores e pelo gado, ou pelo arroz, feijão e o café.
O pesadelo esta na certeza de que o homem não é punido por outro ato a não ser por aquilo que se come. “exatamente do mesmo modo como, neste mundo, os homens comem os animais, no outro mundo, os animais comem homens”.
Fiquei pensando será que: o animal que comemos guarda bem quem foi que o comeu? A morte desse animal não foi o seu fim. Sua alma segue vivendo e, no além, transforma-se em homem, esse homem aguarda pacientemente pela morte daquele que o comeu. Uma vez morto este último e chegando ao além, a situação original se inverte, transforma-se em seu contrário. A vítima encontra aquele que a comeu, agarra-o, corta-o em pedaços e o come. Isso me apareceu de forma tão concreta que confesso me assustei, as coisas ao invés de acontecer nessa vida, à inversão acontece no além, quando o morto é devorado.
O medo se completou quando percebi que na concepção dos homens da tribo fica claro que: O devorado tem que devorar quem o devorou.
Graças a Deus acordei! E imediatamente fui à mesa e comi um salmão, ao molho de maracujá, feito no capricho e com muito carinho. Ao me encontrar com esse peixe, no além irei deixá-lo me degustar saborosamente com o mesmo molho de maracujá e ouvirei com todas as silabas que eu sou uma delícia e que estou muito GOS-TO-SO.

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